Lv 17-11 - Comer sangue
Meditando sobre a proibição de comer sangue, penso que a ordenança se deva à representação que o sangue possui: como o animal era morto e o seu sangue vertido para perdão do pecado e sendo essa imputação validada por Deus, o sangue do animal se tornava o próprio sangue do israelita, portanto, estariam os judeus se alimentando de si mesmos ou até do sangue do próprio Cristo, o que significaria ser parte daqueles que dolosamente se esforçaram em ver Jesus pendurado na cruz e jorrando sangue.
Pensando em outra interpretação mais literal e mais simples, o verso 14 diz que a alma de toda carne é o seu sangue, então podemos concluir que comer sangue seria alimentar-se não somente da carne, mas também da vida do ser, a qual era exclusiva para expiação.
Essa reflexão também nos ajuda a compreender outras questões. Por exemplo, nossa tricotomia: corpo (carne), alma/vida (sangue) e espírito (porção da imagem de Deus que nos diferencia dos animais). Sendo assim, os animais possuem alma porque possuem sangue, diferentemente da vida "plantae".
Ainda sob essa a luz dessa interpretação mais literal, poderíamos nos questionar se essa ordenança de não alimentar-se de sangue é válida para os dias atuais, visto que o sangue continua sendo vida. Precisaríamos pesquisar o que diz a Nova Aliança. (Em Atos 15, Paulo priva os irmãos de se alimentarem de sangue e de carne sufocada, mas é importante observar que se trata de uma instrução para inserção dos gentios no grupo judeu, ou seja, de não escandalizar os "frágeis". Numa explicação sobre isso, o reverendo Nicodemus diz que apesar de não parecer muito clara a orientação bíblica quanto a essa ingestão, a liberdade diante dos que comem e o respeito de privar-se diante daqueles que não comem sangue parece ser o melhor caminho).
Quanto a essa meditação e aos elementos no cerimônial de ceia, comemos o pão e bebemos o vinho, comemos da carne e bebemos do sangue, ou seja, temos parte na morte do seu corpo e temos parte na vida da sua ressurreição.
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